Sentado
em cima do tempo
folheio
as páginas molhadas
sentidas
na boca quente.
Não
sei que belvederes possa usar
(não
sei que belvederes deva usar):
se
os que nunca visitei,
oxalá
pudesse saber onde estão;
se
os que tenho no bolso da memória,
no
risco das repetidas evocações
gorarem
a aspiração.
Talvez
não sirva remoer o avoengo.
Sinto-me
sentado
em cima do tempo
e,
num lumaréu que passa diante dos olhos,
admito
que sou tutor do tempo.
Do
tempo que importa.
Em
estando sentado em cima do tempo
desmerecem-se
os belvederes
e
a afonia do avoengo é caução esperada:
sentando
em cima do tempo
tiro
as medidas do vigente
– o tempo que sinto aquecer as mãos
o tempo fugaz que se emoldura no instante.
– o tempo que sinto aquecer as mãos
o tempo fugaz que se emoldura no instante.
Pois
todo o lume que incensa o corpo
é
vertido por instantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário