Não
regateies encómios
nem
perturbes as celebrações
dos
génios avulsos
– esses vultos singulares.
Em
modo de músicos de taberna
ou
de escritores de convento
puxam
lustro aos campanários
de
onde exalam suas
(putativas)
obras-primas.
Aplauso.
(Substantivo, não o verbo)
Roem-se
de inveja alcoviteiras mendazes
pretendiam
tanta fama;
por
mais que sejam condenadas
a
trabalhos forçados,
por
mais que tragam a transpiração toda
em
forma de musa,
por
mais que percam o sono
julgando
encontrar eloquência,
por
mais que fatiem o dolo em pedaços,
as
mendazes alcoviteiras não passam
da
cepa torta.
O
mais que conseguem
é
invejar.
E
eu,
do
lado de fora,
em
friso lateral e muito confortável,
deixo
um esgar de regozijo
uma
fulgurante gargalhada de gozo
–
o gozo maior
de
celebrar a tremenda imagem de uns
e
os fígados algozes dos outros:
uma
luta de titãs enfarpelados no nada.
E
remato, dizendo:
deixem
um lugar à desarte
para
melhor lugar ocupar a arte que importa;
e
deixem um lugar à inveja dos que invejam,
celebração
capaz da sua pequenez
(coisa
única em que conseguem ser imensos).
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