Dizia:
se
bem me lembro
esse
tecido é pedra entrelaçada
na
barragem dos alvoroços.
E,
sem demora,
a
indiferença cerzindo o ar em volta
como
se tudo o que dissesse
pertencesse
ao mutismo.
Dizia,
em
redobrada demanda:
se
bem me lembro
as
portas azuis evocam os pássaros
que
ensinavam os cantos perenes
–
aqueles que contemplávamos no outono
das
manhãs embebidas em orvalho.
Mas
nada
nada
desatava
os nós da indiferença.
Como
se apenas
um
monólogo se acendesse
como
se apenas
uma
pessoa estivesse em palco.
A
tarde tingiu-se de silêncio.
Demorado
silêncio
enquanto
os olhos dela
pertenciam
ao horizonte
e
os olhos dele
medravam
em agitação.
Já
não disse mais nada:
levantou-se
num repente
meteu-se
ao caminho
(ao
primeiro que apareceu).
E
ela nem deu conta.
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