Enquanto
jurava aos céus
devolver
com juros as tiaras furtadas
cruzou
os dedos.
Cerziu
as juras
as
solenes e as outras
(as
juras todas)
até
cansadas as promessas ficarem.
E
depois
Ficou
à espera que o vindouro
fizesse
cais
à
espera que as juras
tivessem
palco.
À
espera.
Não
ocorreu ponderar
que
os limites das juras
não
pertencem às fronteiras do tempo.
Jurou
depois
que
faria novos alinhavos às juras
mal
as anteriores perecessem
nos
malnascidos desmentidos.
Não
aprendeu nada.
Podia
ao
menos
jurar
que nunca mais jurava.
Não
podia:
a
desmemória quadrava com as andanças
sem
cuidar de lamber cicatrizes
de
feridas de que nunca dera conta
à
exata medida da mitomania
(de
si mesmo).
A
cada juramento
uma
estocada por dentro
até
às entranhas
remoendo
as rugas do rosto
olhando-se
ao espelho sem ver um intrujão
liquidando
as lágrimas
que
pudessem ser vertidas.
Acusavam-no
de:
falta
de decoro;
juras
militantes
de
alguém a fugir da sua pessoa.
E
ele prosseguia pelo tempo fora
indiferente
como
se fosse surdo aos vitupérios.
Continuava
a jurar.
e
a saber
por
dentro das entranhas
que
cada juramento
era
a jura do seu oposto.
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