A
vingança da borboleta
que se fez larva
e
se botou formosura.
O
esteio da barca
roubado a uma árvore
e
se levitou nas águas.
A
nuvem demorada
abraçada à evaporação
e
se devolveu à terra, chuva.
O
rosto macilento
evocando maçãs extemporâneas
e
se deitou no leito de morte.
Um
beijo que arde nos lábios
carne quente sopro de desejo
e
se arrefece nos lençóis desarrumados.
Um
infante balbuciante
química congeminada
e
se fez fiador do desamor.
As
facas que se empunham
terçadas contra a romagem aos túmulos
e
se fizeram cortantes na carne húmida.
As
palavras tingidas
no dobrão das tintas fumegantes
e
se fizeram cores de um vulcão.
As
preces tementes
num medo castrador
e
se transfiguram em mortuário sedativo.
A
terra pesada
na inércia dos dias sem contagem
e
um poço em que gravitam nascituros.
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