O
copo de cerveja
fundeia
nos pensamentos.
Rejubila
no
tempo gasto sem serventia.
Ao
lado
duas
velhas que fingem pergaminhos
comentam
a atualidade cor-de-rosa.
Deixei
de as ouvir
anestesiado
pelo sol
que
a primavera (que se fez) tardia
outorga.
A
espuma da cerveja fica rarefeita
e
os meus dedos embebem-se
no
frio do copo alto.
Deixei
de saber
se
as horas de ócio eram apenas ócio
(com
o reprovável fingimento a adejar)
ou
se o ócio é a caução de uma certa
pureza.
Mas
isso era ao início.
Pois
não adianta apressar a pressa
que
o tempo tem o mesmo compasso.
Não
adianta forjar empreitadas
jurar
resoluções solenes
atirar
planos para cima do estirador
medir
o tempo em falta
com
o medo de o tempo se esgotar
pois
depressa esgota antes de tempo.
Decidi
arrancar
o relógio de dentro do peito
para
o peito se abrir num clarão de liberdade
e
os temperos dantes asfixiados
a
tutores de tudo serem empossados.
O
copo de cerveja pode esperar
se
preciso for.
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