Paredes fingidas
aderem à pele suada.
O suor escorreito
dança nos braços trespassados
pela força.
Há uma evocação persistente
aos dias de mel
ao sargaço em restolho no areal
aos pequenos seixos negros
despojados pelo mar.
O velho passeia a solidão
enquanto o mar se faz à vida.
Dir-se-ia
indiferente, o mar;
mas o mar
talvez generoso
propõe-se adotar o velho
livrá-lo da solidão que o dilacera.
Sem saber porquê
o velho sua
por dentro do suor das mãos.
As paredes que o conduzem
não deixam de o prevenir.
As paredes
transpirando suor pelo velho
sussurram os preceitos da solidão.
Convencem o velho
que a solidão é sua aliada.
E que o mar que se insinua
oferecendo-se leito florido
é um poço sem fundo
anjo disfarçado.
O velho
continuou a passear a solidão.
Até que um dia
a solidão o deixou sem amparo.
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