As
balaustradas de zinco
enchem-se
de gotas de chuva;
despidas
da macieza que nunca fora sua.
Os
garotos imberbes não dormem
se
não de dia:
diz-lhes
a irreverência
para
se não ampararem em balaustradas
não
vá o diabo ser tendeiro.
De
noite
acampam
a demência da idade
numa
praça mal iluminada:
transgridem
bebem
álcool a rodos
fumam
cigarros, uns atrás dos outros,
conversam
com as frivolidades próprias da idade
tropeçam
em impropérios
e
na venalidade de tudo.
Aqui
e ali
distúrbios
vozearia
descompensada
tiros
de pólvora seca
– da mesma pólvora que se não pega
nas
balaustradas molhadas pela chuva.
Pueris
(apesar
de o espelho devolver
adultos
extemporâneos)
não
sabem por onde anda o norte
nem
querem saber dos diapasões
ou
de simetrias estrugidas em páginas elegantes
ou
das coisas que destravem a moleza.
O
dia depois se verá
quando
a impaciência do tempo
não
se precipitar e o tempo for esquivo.
Então
sem
tempo para arrependimento
(por
conhecimento com a palavra não terem travado)
sobra
o tempo vazio por dentro.
Imperadores
de tudo,
como
os gatos que se nobilitam nos telhados
fitando
do promontório os suseranos,
exigem
os emolumentos devidos pela rebeldia
(ou
para domesticar a rebeldia).
Os
emolumentos da praxe,
que
da irreverência sobejam intenções vis
sem
do papel terem ascendência.
Impertinentes
por
serem mar onde não cabe o sal
espera-os
o degredo da planura dos tempos depois
a
estranha calmaria
uma
monotonia empedernida
de
onde não têm extração.
Sem comentários:
Enviar um comentário