Ora
se
na desarrumação geral
encontrasse
uma ideia
–
e uma ideia bastava –
bebia
três cálices do melhor vinho
daquele
de que se diz ser néctar
e
berrava
como
os hunos em dia de celebração.
E
depois
no
meio das coisas por encontrar
se
houvesse um lápis de cor que emprestasse
nobreza
ao céu sem cor
diria
que
as impossibilidades só o são
na
medida de um desquerer.
Mas
se
na lentidão dos dias
–
como um compasso em câmara lenta –
uma
espiral sobrevoasse os poemas
e
neles depusesse um canto
ia
a correr
beber
na fonte salgada
o
frémito das cidades apetecíveis.
E
então
tudo
já ordenado
nos
seus devidos lugares
–
sem admoestações aos impuros das arrumações –
contemplaria
as joias esmeradas
nas
mãos de artesãos sábios.
Para
depois
dormir
no
consórcio de um sono digno.
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