Nas armas terçadas
o jugo de uma bênção
bênção porventura pagã
na paga das juras alinhavadas
alqueire pesado de fardos de outrora
na embainhada fortuna silenciosa.
Medem-se os palmos
nos rostos carregados de usura
e os fiéis escudeiros costuram iras vãs
no parapeito onde,
deitadas,
sereias sem sono
insinuam luzes estioladas.
No recobro das naus
profetas fora de água
assoberbados pelas linhas rombas
e pelas arestas vivas da chuva
proclamam sua humilde reverência
na esquadria do luar envergonhado.
Não têm dono
os cavalos furtivos no prado ainda invernal
na oposição aos amestrados varões
luminárias incandescentes
da misoginia dos sentidos
sindicalistas desapoderados de trono
na risível retórica sem verbo.
Às pontes sucessivas
prometem-se noivas melancólicas
sem a cadeira por perto
no inverosímil desfalque das juras
em pagas contratadas pelos juros em atraso.
Caminham vagarosamente
os pederastas do tempo
autoproclamados
imperadores de todas as coisas
esgrimindo sua batuta de autoridade
mais altos até que deuses sequer imaginados
oferecendo uma paz oblíqua
e o esquecimento como pretexto
para a letargia dos demais.
Não sobram navios
nem espadas
(ou apenas espadas circuncisadas)
nem cavalos
nem noivas ajuramentadas à glória
nem pontes
(quem sabe,
demolidas por ignaros senhores de guerra)
nem militantes da sabedoria à prova de bala.
Sobra
um trovão medonho
as fundações estremecidas
os frágeis cristais estilhaçados
e a fome inteira da página seguinte
em seu almocreve banal
o fado nunca anunciado
por druidas imersos em almotolias gastas.