Logro o copo raso
a saliva deitada no arco-íris invernal
no recolher obrigatório na janela talismã.
Logro, este contratempo que arrependo
não soubesse a voragem dos mendazes
o tira-teimas sem prazo.
Logo depois da noite
em coreografias sonhadas no dorso da lua
o sal imenso acastelado no desaguar do rio.
Longânime cruzeiro
na estepe dourada à espera do deserto
a longuíssima avenida sem toponímia.
Litania sufragada por cantares esfíngicos
o tabuleiro cheio de peões
na revolução quadrada de estrofes sem freio.
Logro o peito salvado
um logro desapalavrado de cicatrizes
o penhor imenso da claridade convocada.
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