30.6.18

Fecundo

Consigo ser aurora boreal
nos melhores preparos que arranjo
nos corredores sublimes
que desafiam o centrípeto sol. 
Às vezes
sou chão insensível
ou apenas um enevoado entardecer
sequestrado pelo silêncio. 
Às vezes
não sei das medidas e dos temperos
e o rosto serve-se em fachada vetusta
na exata medida da impaciente fazenda
que cobre a nudez. 
Consigo destravar a claridade desmaiada
do sol que se esvai
sob a tutela do mar que é chão sob meus pés
viável estatueta que adere à maresia
nas vezes do nevoeiro
que com versos sem medida
retiro do céu que se faz horizonte. 
Às vezes
sou uma sombra que se esconde
na falésia em que me encerro. 
Às vezes
sou a mão maior que um mundo
em legado de bondade.

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