Os lábios não pedem água
– pedem beijos
pedem
todo o impudor e relíquia.
As mãos não estão atadas
– terçam os versos fadados
terçam
toda a fecunda maresia.
O corpo não decai
– é um pendão imarcescível
é um cais à espera de navio.
Os olhos não fingem
– sorvem a água fria
sorvem
até as lágrimas assim enxutas.
A boca não emudece
– corteja as cores sem paleta
corteja
todas as paisagens amoedadas.
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