Qual é o verbo da servidão?
A mastodôntica algema
que reduz à poeira invisível
a poderosa ameia da alma
o caudal de outro modo sem freio
a voragem de ser o ser
sem cuidar do penhor de outro adejando.
Que escravidão nos arruína?
Que bolor putrefacto
se cinge à pele por plebeus servidores
que se aprazem com a condição
e a querem contaminada aos que sorriem,
livres?
De onde sopram os ventos fastidiosos
os lúgubres almocreves açaimados
diligentes na exibição de quem é séquito
servidores de bestas sem rosto?
Arrumam-se os móveis inúteis
entre a tralha amontoada
e sabemos ler nas entrelinhas das nuvens
o espaço boreal
a quimérica claridade
uma candeia que se assenhoreia dos limites
na valsa esplêndida
da liberdade.
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