Apague-se a luz.
Subam os feiticeiros sem nome
as cortinas baças cingidas ao corpo
pois do nada se tira um módico
no bater de asas que o mundo oferece
em cascatas contumazes de águas barrentas.
Apaguem-se as luzes.
Os selos gastos não servem para correspondência
e, à sua míngua,
devolve-se o silêncio ao pedestal
sem contar com as palavras sussurradas
e as baías que alindam o entardecer.
Apagam-se as luzes.
A noite colabora com a angústia
juntando as luzes em seu desmaio
com a poderosa vigília dos rios fartos
na portentosa remissão dos vorazes delitos
turvando a deletéria camisa-de-forças.
Apagam as luzes.
Os anónimos repositores da insanidade
em crendo que a luminosidade é criminosa
um acosso sobre o rosto exasperado
e em antítese soergue-se a terapêutica sombra
o tempero sem receita na sala de espera.
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