23.6.18

Anfiteatro

As mãos metidas na areia
levitam um solstício lisérgico.

Os dedos timoneiros
lavram as pedras sem paradeiro.

Aos olhos, a sementeira
lograda no entardecer radioso.

A falésia lesada pela erosão
murmura um adágio temporão.

Na esteira do horizonte
os novelos desemaranhados.

Na véspera da noite
a noiva eternamente amada.

Com a bênção do mar
à espera do ouro nas mãos.

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