Na numeração dos encantos
não nos façamos rogados:
a estética
nunca fez mal a ninguém.
E nem os apoderados da dita
(ou que espalmam a sua existência
no fogaréu da estética
– como se não houvesse um mundo lá fora)
e o seu proverbial nanismo,
afinal apenas risível
(e não irritante
– que não temos idade para torvações),
servem para aplacar a proclamação.
Consagremos a atenção
aos lugares belos
às palavras belas
à música bela
aos belos sentimentos
– e a toda a demais beleza
que haja para apreciar
e por apreciar.
Antes que a feiura seja irremediável
e a estética
contaminada seja
pela tenaz das espécies em vias de extinção.