Belos
os ares sem purulência
os habitados pelos versados
de artes várias
penhores da recomendável moral
artistas jagunços do oblívio
obnóxios enceradores da esbelta paisagem,
gurus.
Atenciosos
os palcos acetinados
pelos sapatos sapientes das sumidades
os velejadores de mares sem maré
os pimpões descamisados,
artesãos.
Elogiável
a facúndia coloquial
o palavrar gongórico
emulsionado na complexa receita do vazio
dos moradores dos altares pagãos,
paradigmas.
Prefiro:
o pretérito tão imperfeito
a humilde necedade
a verossímil simplicidade
a desostentação
a desfiliação
a sabedoria desossada
a mão aberta em sua mapa imperfeito
a infecunda palavra
os atropelos à gramática
os atentados às sombras que escondem ditames
a escassa excitação com o excitável
a formidável escassez de ideias.
Prefiro.
Em vez da ganância
dos ilustres letrados
os mais não democratas entre os democratas
pusilânimes estafetas da verborreia pueril
embebida no abastado pensar,
ascetas da estultícia reprimida.
Prefiro-os
de bolsos vazios
envergonhados de sua própria nudez.
(Não é caso para menos.)