10.10.18

Cicatriz

Sangro
a chuva que se desfaz
no meu peito.

O magma fundido
voraz
penhor da chave lúcida.

Desenho
a torrencial noite
sobre as ameias puídas.

No pedestal
onde a medula cristaliza
e as aves demandam o infinito.

A cruz branca
demora
nas rosáceas tatuadas no rosto.

Já não sangro
o sangue que não tenho
rico na pureza da carne cicatrizada.

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