O homem veste a máscara.
Toma suas as lamas imundas
no ultraje máximo
de si mesmo.
O destrate não é ufano.
A humilhação
é um espelho que se refrata
no estilhaçado nevoeiro
em que se açoita.
Os ossos liquefeitos
são do predador
imersa no obnóxio pesar de si mesmo.
O tabuleiro
onde se movem as peças
(como se, meras, assim fossem),
num plano invertido:
os poderosos
armados com os obuses da força,
abutres das carcaças próprias;
os torturados,
despidos de vida
intérpretes maiores da lição da dignidade.
Na sobra de uma dúvida
fica por alcançar
se a demência se esconde numa máscara
ou se é demência em estado puro
a maldade acintosa em requintes perfídia.
(Museu dos Terrores, Berlim)
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