O que falam as bandeiras
conservam em segredo
os mastros.
O resto
não importa.
As esfinges simbólicas
idolatradas deusas com pés de barro
a história grávida de proezas
o idioma messiânico
a gutural presença dos vultos
(como se não tivessem sepultura)
a desconstrução do porvir
justificada pela inércia do passado
as mitologias sem preço
(por não terem valor)
o adiamento das luas prometidas.
Hasteadas em seus mastros
as bandeiras falam
um silêncio tangível.
E nem o vento que as esbraceja
contém idioma que se preze.
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