30.10.18

Contra comendas

Desenho
só com sílabas não forçadas
a enseada
onde tenho refúgio. 
Esconjuro
o diadema furtado ao vitral
de onde se tinha a luz por nome. 
Continuo imóvel
convencido que o tempo também;
a resenha de tudo
desfaz-se num nada. 
Corteja-se a paciência assinalável
o bodo sem medo das consequências
e, estimável função,
a curadoria de todas as compreensões. 
Não é pretensioso:
os troféus alçados
são uma vírgula a destempo
o modo sem medo do verbo
fantasia em vez de lugar. 
Se fartasse a bonomia
diriam
ser um esteta com direito a medalha
(não fosse apoucar o regime das comendas).

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