9.10.18

Holograma

O belo
desta lux bruxuleante
é a serenidade com que recebe
as mãos cheias.
Congemina-se no céu desenhado
nos preparos da manhã avisada.
Nela medra
a singularidade
o sortilégio de um verso achado
no deserto de ideias
uma vertigem calorosa
a promessa não reclamada.

O belo
desta luz bruxuleante
é contagiar-se na carne funda
dando patente contra os estorvos
falando no silêncio
e, todavia,
mais alto do que vozes estridentes.

No sopé da vela que hasteia
a luz desenha um diadema.
A corda estendida no planisfério exausto
a favor da maré cingida
nos dedos abertos.

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