Diz das letras estéticas
o gracioso recurso estilístico
uma parede caiada ao melhor estilo
imperador:
um jogo à sombra
dos esqueletos combustíveis
no parapeito dos dedos doces
uma constelação de ideias
em convulsão perene.
Pelo pescoço da garrafa
(esta devia ser a tradução de bottleneck)
emergem corsários sem gema;
estão para a noite
como o mar retesado na embocadura da baía.
Se esperassem pelas sentinelas
aquelas ouvidas no sopé do vento
da gruta sem fundo
à tona viriam druidas sem idade
talvez
sereias alindadas
na comenda sem estatuto.
Um jogo na sombra
sem os devaneios pueris
e a ousadia dos néscios.
Um jogo com as sombras
dedilhadas no aperitivo da loucura
enquanto se terçam
em exaustiva comitiva
as palavras que houver no bornal.
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