Forasteiro imperfeito
perdido no labirinto da identidade;
pois da identidade
desconhece o paradeiro
e inquieta-se por se sentir perdido
no lugar sem segredos.
Não espera aninhar o conforto
nem se confina às ruas atapetadas
com as flores que sempre respirou.
Não se importa com a orfandade.
Prontamente
levanta as velas
e arroteia os mares necessários
e a linha de terra que o sossega
– a distante,
quase indivisível,
fímbria do horizonte
tão longínqua
que parece fundir-se com o mar.
Não se considera fugitivo.
Às vezes
o lugar dominante
parece uma estrebaria
infrequentável
um enorme estábulo
onde convivem as bestas desembainhadas.
Algumas madrugadas depois
o chamamento da terra desancorada
ecoa fundo,
irrecusável.
A sabática maresia
aplaca os maus humores.
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