Não uses a volumetria da inércia
para sacerdotisar os desterrados
os que por voluntário bocejo
se retiraram das regalias da pertença
e ficaram à mercê
dos mastins habituais.
Não conspires
que ainda te apanham as meças
como se houvesse uma Meca diferente
e os mais diligentes subissem com o arpão
para desfazerem as tiranias
que nunca adormecem.
E todos
depois de desarrumados por sonhos escanções
seriam páginas em branco
baldios sem ordem para arrematar
o pensamento deslumbrante
átomos de poesia à prova de coletâneas
no insensato rumor que morde os ouvidos
e dispara a discordância.
Não são tuas
as lágrimas perecidas no labirinto
e tuas não são as palavras magoadas
colhidas no úbere da solidão.
No apeadeiro
combinas as formas nítidas da lua
com as estrofes sem métrica
e sabes
que de ti não esperam feitos
pois tua
é a arte da desfeita.