1.
Dias
claros
a
lentidão dos processos
beijos
a rodos em incandescência
um
frémito no meio do silêncio cavernoso.
E
os pássaros sem gorjeio
voando
na direção do firmamento.
De
que foram testemunhas
para
estarem de atalaia?
2.
O
fojo esconde o fugitivo.
Não
se sabe do que foge
a
não ser
talvez
dos
fantasmas acobreados
que
amedrontam a noite
e
tiram lugar ao sono.
3.
O
mar madraço
atira
algas contra o areal.
O
rapaz atira um ramo seco ao cão
e
aprecia a languidez do mar
retomando,
de cor,
a
inquietação das ondas
atestada
pelos despojos da tempestade.
4.
Ao
entardecer
combinam-se
as juras para depois.
Descem
as cortinas do dia,
do
dia claro,
e
juntam-se a eito
os
frutos entesourados.
5.
Por
dentro do luar
como
se houvesse um leite retido na lua
escrevem-se
estrofes dedilhadas ao acaso:
não
sobra nada
no
demais que se sopesa
nos
braços cansados.
6.
Na
noite funda
o
corpo contorce-se no fastio do sono.
Deixa
de sentir os sentidos
enfeitiçado
pelos sonhos prometidos
por
jograis que domam o almanaque.
Oxalá
fossem
todas as noites
campestres
paisagens com o odor da planura
um
selo pintado com as cores da beleza.
7.
Os
sonhos ensaiam em seu palco.
Afivelam
as bainhas do porvir
incensando
a lareira
onde
crepitam corações desatados.
Os
sonhos
não
sabem de cor é o vidro
por
onde espreitam os olhos.