15.8.20

Comoção cerebral

Entro no sal do mar

a água vencida no dorso

por entre sereias inventariadas

na boca da espuma

e um beijo tirado no acaso.

Durmo 

com a voz do salitre

a murmurar nas costas do sonho. 

Levito as mãos simétricas

pode ser que saiba escrever

o nome do mar. 

Enquanto espero

que o mar ganhe um nome

tomo as sílabas dos versos noturnos

o diadema inesperado dos druidas sem rosto. 

Sem rosto,

os druidas,

como sem nome, 

o mar 

– e ambos desatam a combustão

em que se dissolvem

num mapa embebido em nomes.

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