Arranquem-me o sal do tempo
façam cornucópias em vez de versos
abundem o dia com os rostos sibilinos
e encomendem
ao tempo pretérito
o peito pétreo onde se dissolve a angústia.
Tragam à manhã as sílabas uivadas
no dorso de violinos fantasmas
e digam,
digam,
como se não houvesse nada mais por dizer,
que não são precisos mastros
nem obeliscos matriciais
ou demónios em vão de escada
para avivar a cal deitada nas cicatrizes.
Pois da dor
cultiva-se
em forma de memória futura
a dieta em que medra
o perene tirocínio.
Sem comentários:
Enviar um comentário