10.8.20

Paradeiro do Verão

Aguardo

o rumor estival

na dobra do agosto

tépido.

 

Aguarda-me

a dança sem servidão

no estipêndio do verso

trivial.

 

Aguarda-se

o trovejar impreciso

na véspera das nuvens

veementes.

 

Aguardem

a espuma iracunda

no dealbar das marés-vivas

destemperadas.

 

Aguardo

a lente rudimentar

no pináculo de um Verão

esforçado.

 

Aguarda-me

a promessa de Outono

no fingimento do corpo

trespassado.

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