Hoje é dia de bala
(devo somar
ponto de interrogação).
Dia de bala
em palco onde se movem
vultos exacerbados
que levitam na exacerbação
contra a exacerbação que detestam.
E outro critério não lhe praz
se não
terçar com as mesmas armas,
como se fosse de boa linhagem
a sua exacerbação
contra a exacerbação que detestam.
Dia de bala
ao sentir a pulsão
de submeter
os exacerbados de todas as extrações
à experiência que os motiva.
Ou então,
melhor seria deixá-los
exacerbados contra exacerbados
numa peleja autofágica
sacrificando-se mutuamente
num pútrido teatro
onde o sangue derramado
tingido viria com o odor fétido
dos visionários que não enjeitariam
desenhar o futuro pelo pêndulo do passado.
Hoje é dia de bala.
Mas não sou eu que as trago
no coldre em mim vazio.
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