Olho
por dentro do olhar
as cordilheiras amparadas no corpo
e arrumo a pele glacial no corrimão do dia.
Olho
para dentro do olhar
a macieza dos livros fartos
e da foz onde as palavras se fundem no fogo
trago as cortinas desalojadas
as janelas pendendo sobre a matriz da manhã.
Olho
depois do olhar
e encerro nas arestas gastas
o aprumo do passado.
Olho
por cima do olhar
por não ciciar segredos ao vento de atalaia
e caminho a esmo
sem temer os vultos perenes que esbracejam
no lugar mais ermo de todos.
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