14.9.21

Escotilha

A vida devora. 

Mas não é a carne tomada,

que amanhece num fogo de tochas,

a selar o descompromisso. 

 

A vida

devora:

e os dedos

contam a matéria combustível

enquanto adivinham o inverno. 

 

No fim das trevas,

quando os fantasmas forem extintos,

levantar-se-á a tela,

enfim desembaciada,

com uma inscrição:

 

a vida devolve.

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