As estradas
escondem as veias
dos síndicos que as habitam.
Oxalá
houvesse artesãos
pagos para serem escafandros
das estrofes de um dia sábio.
As vozes
aumentam o tamanho das bocas
jogam-se contra a tirania do silêncio
em marés-vivas que sentenciam os cabos belicosos.
Tomara
todos os reclusos da alma
soubessem do sal das estradas
o sortilégio que se insinua na lava das veias
deixando pendidos
os esgares herdados da angústia.
As apostas
adornam o passado sem paradeiro
na exata medida
do entardecer que se deita sobre o olhar
em sucessivas ondas que esbracejam
a virtude de um mar atlanticamente enfurecido.
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