29.9.21

Destilaria

Não espero grande colheita do saque. 

A matéria vã recusa a solidão. 

Entre a teimosia do nanismo 

e o precipício dos néones

os nenúfares inertes não se escondem 

nas sombras. 

Os meticulosos dizeres prostituem-se 

por quem os treslê. 

Não é a noção de desperdício 

que avança a caução. 

Já tive a minha dose de embaixadores. 

Não vou pelas poses estadistas

nem sufrago os mentores de apocalipses. 

Sou de uma alcateia sem nome

a marca registada sem registo

e ao tira-teimas entrego 

as teimas impertinentes

só à espera de pronunciamento de culpa. 

Disso não espero pelo juízo alheio. 

Sem comentários: