Os fósforos mostravam a cor
a um céu plúmbeo.
Vozes ciciadas
esconjuravam o Inverno,
como se as pessoas
estivessem cansadas de auroras boreais
e de campos tingidos por neve.
A paisagem caiada de branco
era tão cansativa
como a oratória minimal-repetitiva
dos camaradas do comité central
(que ainda sonham com o politburo).
Os fósforos
ateavam a claridade
onde se amontoavam as divergências.
Por fora das janelas,
uma multidão exultava
com a diversidade.
Ninguém emudecia vozes
contra a vontade das próprias.
Como pano de fundo,
uma música levemente folk.
As cordas repuxadas dos reposteiros
inclinando a claridade para dentro da casa.
Os livros nas estantes
recebiam a claridade com equanimidade.
Os livros estavam à espera
de vozes que fossem suas.
Não bolçavam estultícia,
que tantas páginas proibiam a estultícia.
Se as provações fossem entrada na equação,
os profetas das contradições de termos
teriam direito constitucional ao silêncio
(forçado).
A linhagem é outra.
Sempre fomos razoáveis
a ofertar a metade do rosto não torturada.
Não chamem a polícia dos costumes.
Não clamem
por uma contradição de termos elevada ao quadrado.
Se ainda não perdemos a peugada da liberdade,
sabemos de que lado ficar.
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