Damos o relógio
o compasso desastrado
vinho estiolado no esgoto da vaidade
ou apenas
a matéria-prima roubada ao dédalo da noite
no acampamento das desvirtudes
entre nuvens amortalhadas
e falas inválidas feitas de verbos
imponderáveis.
E depois
antes que um entretanto se sobreponha
juntamos os dedos aos pares
sem o grão que atravanca o entardecer
sem a venda sobre os olhos açambarcados
nos vestígios apagados das desmemórias,
o fado acampado no baldio sem apeadeiro.
As mãos desatadas
irrompem no vazamento da maré
e, reféns da vontade irrefreável
(como os gatos com cio),
hasteiam os silêncios que se jogam
no chão puído do palco.
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