11.5.22

Work in the progress

Damos o relógio

o compasso desastrado

vinho estiolado no esgoto da vaidade

ou apenas

a matéria-prima roubada ao dédalo da noite

no acampamento das desvirtudes

entre nuvens amortalhadas

e falas inválidas feitas de verbos

imponderáveis.

E depois

antes que um entretanto se sobreponha

juntamos os dedos aos pares

sem o grão que atravanca o entardecer

sem a venda sobre os olhos açambarcados

nos vestígios apagados das desmemórias,

o fado acampado no baldio sem apeadeiro.

As mãos desatadas

irrompem no vazamento da maré

e, reféns da vontade irrefreável

(como os gatos com cio),

hasteiam os silêncios que se jogam

no chão puído do palco.

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