As bocas famintas
bebem na ira da matilha.
Não conhecem o perdão.
Avançam,
destemidas,
no concurso da intransigência territorial.
No territorial
disfarçado de ideias
na parlamentar farsa da transigência.
Na hora H
arregimentam o arsenal
abocanham os tísicos pleiteantes
na irredutível cerca de onde não têm fuga.
Sem direito a contraditório
sem direito a julgamento
sem direito
a não ser a (sua) arbitrária lei de seita.
A matilha
ostenta nas suas bocas saciadas
o sangue ainda morno das vítimas;
os mastins
passeiam as barbas tingidas pelo sangue exaurido
dos que ousaram habitar outro mental lugar.
Passeiam toda esta ostentação
na pose de triunfais algozes
ufanos no cercear da dissidência
funcionários diligentes da perdurável doutrina
com simultânea exibição
para memória futura
e aviso
aos candidatos dissidentes
do desfado que os espera
se insistirem ser
o que deles
não se espera
que sejam.
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