Um nome trespassado;
feixe atravessado
por um luar
antídoto da decadência
que investe contra a vontade
contra
o desejo de sabê-la
ausente.
Trespassado:
um nome
o meu nome
sepultura dos dias sem rosto
a ausente marca registada do medo,
um nome
esquecido.
Nome
só nome
sem matéria
sem História
ermo de futuro
um nome estilhaçado
nos precipícios vulgares
nas palavras banais
nos lugares eles sem nome.
Trespassado
pelo verrinoso coabitar
em formulários contumazes,
o cianeto da História do futuro
ah! o cianeto
com fórmula deixada por conta da desmemória.
Se em vez de nomes
houvesse danos
dolo puro e sintomático
a vingança baronesa
palácios destituídos de vidraças
e as manhãs habitadas por vultos,
talvez
os nomes fossem resgatados da hibernação
devolvidos a um sentido
conformes com os corpos a que dão expressão.
Se em vez de ser ao contrário:
nomes somos
sem correspondência com a matéria conforme
reféns de pura insubstância
agravados
pelos corredores estreitos do fingimento
trespassados,
lá está,
trespassados
pelas modas que não sabemos
serem doenças.
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