1.1.23

Descuido

Amanhecem

as cordas viúvas

no tojo que aloja o nevoeiro. 

As coisas

alimentam-se, baças,

num lampejo de água. 

Não se escondem,

extasiadas no seu fulgor,

na senda válida do dia madrigal. 

Nem as impurezas

extinguem o verso bisonho

que espera pela caução da manhã. 

Não se digam 

esperanças da redenção

antes que se sitiem as palavras fortes. 

Agita-se a pele

libertada dos fogos que a consomem

vertida, enfim, num capítulo maior. 

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