25.1.23

Remoinho

A moldura

esquece o futuro

para não parecer gasta. 

 

O vidro

amanhece baço

oxalá estilhaçasse. 

 

O rosto

adulterado no precipício

esconde-se do espelho. 

 

A memória

antecipa a decadência

na vertigem incorruptível. 

 

As memórias

em herança deixadas

não reclamam toponímia. 

 

O nome

perdoa o passado

no olvido alfandegado. 

 

O nada

o todo completo

aviva-se no destempo.  

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