24.5.23

Pavilhão dos despertos

A genealogia da fantasia

morde na orelha do velho marinheiro.

A modista urticariamente conservadora

só arrota se estiver sozinha.

O gato maroto espreita a fêvera a descongelar

à espera de se substituir a uma humana boca.

Os circos nunca estiveram vazios.

Às medas, 

a indigência trata da toponímia do lugar.

Se ao menos lavado estivesse o lagar

não era de uvas que seriam mentidas as pernas

possivelmente

de maratonistas magros correrndo contra o mosto

à medida que os contrabandistas assobiavam

para o lado

e de lado andassem os desmerecidos foliões

arrastando a aderência malsã 

com os dentes de fora.

Combinam-se duelos de estrofes:

um atira 

a angústia perene

que se consome no pavilhão geral dos gelados

e o outro contrapõe

com a maresia que se levanta na biblioteca

sem que os estetas protestem contra a manhã.

A impressão

é que está tudo embriagado 

ou apenas louco

e ninguém sabe

se pior é estar louco ou ser embriagado.

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