Levamos os remos ao rosto furtivo.
As arcadas desacertam a baunilha do dia.
Atemorizados
os abutres fogem da carne vivaz
o sangue retesado engana-os por mal:
estamos a salvo.
Fala-se de vingança
de brio e de destemperança
dos bolos artesanais que avivam a lembrança
sem ser sempre esta usança.
Os cardeais não são apenas pontos.
Servem-se, sumos,
que matar a sede não se recusa.
Já a vagem do dia:
para ser espremida até ao magma
até ficar apenas a casca derruída
o farol que dispensa
instrumentos de navegação.
Os remos não se escondem das mãos.
São o seu arnês
nas águas agitadas que fogem da gastronomia.
Lemos os remos
somos agiotas dos temperos
inventamos os compêndios
e agitamos os sentidos.
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