24.7.23

O aparato da lua não se mede aos luares

Pelo meio do luar

as facas arquivadas no arnês

e só o luar

o bocejo apetecível da lua com boca grande

e uma pequena verruga numa das orelhas

afinal

apenas um piercing que a lua apostou.

A lua nunca diz adeus:

anoitece nas mãos gradas

e promete ser viável

enquanto o mundo se entretém

a dar umas voltas sobre si,

a transpirar saudades da lua.

Há quem diga

que a Terra devia ser o satélite da lua.

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