Um natal avulso
contratado à pressa:
os aprendizes
com trauma verificado
protestam compensação.
O que melhor se arranja
é um natal a destempo.
Não há agasalhos
que o outono nem arrimou
e os publicitários ainda estão
a uma enorme légua mental.
Os aprendizes assentam as cicatrizes
prantam por parvulez
candidatos à eterna puerilidade
a serem
gente a menos para corpo a mais.
Uma nova modalidade
de discriminação positiva.
Só falta reverenciar
os didatas da indulgência
e perguntar-lhes
(não vá ser importuno)
por que é devida aos aprendizes
uma compensação
se ainda nem tiveram tempo
para aprender a sofrer o mundo.
Estas alfândegas sem passaporte
ainda vão matar
e antes do tempo
gerações por haver.
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