Violinos como coldre
a matéria funda que se funda
e um beijo equinócio
a tradução que nidifica no nada
braços contra braços e no fim
ganham os indigentes sem passaporte.
Mastros que perscrutam o horizonte
derrotam a finitude
os espécimes literatos
que do mar fazem moradia perene
eles e toda a fauna submersa
quase adormecem perante o eclipse.
Não se avisem os entendidos
que soa a ignorância o atrevimento
não é preciso a advertência
que mal seria feito se os demais
privados fossem de um módico circense
que não se mede em braçadas o tédio.
Não se encontra procurador para os eruditos
é pena, não há quem queira a embaixada
e os cocktails molotov em surdina
parecem destinados a um museu
que (ó boa nova) os mastins foram presos
e ainda se pode esperar por belos amanhãs.
Dispensadas as pitonisas da diplomacia
ao palco sobem personagens diletas
sereias, poetas, mendigos, apátridas das ideias
e as pessoas não escondem o arrebatamento
esperam agora (do substantivo esperança)
que tudo venha caiado com as palavras tónicas.
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