Atiras os dados
o calibre das folhas caducas
estilhaçado no frangir das folhas
à mercê da fragilidade cadente
do estanho que tatua a pele.
Aos dados dizes segredos
inventas a sobriedade cozinhada
entre páginas consuetudinárias
e palavras coevas que desdizem o futuro.
Pela amostra dos sortilégios
não se esperam proezas com arnês:
já se pressente o abismo
antes de chegares ao promontório
e não abrandas o passo.
Sabes
que um salto de gigante
não está vedado
e ninguém te ensinou
a proibição dos sonhos.
À hora em que escrevo
não sei
se já te chamam herói
ou
se te vou visitar ao cemitério.
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