O fogo posto
tardio
convence déspotas
a cuidarem do devir
adivinham
que depois do chão
um verosímil precipício
inútil o varão que foi
de torturas muitas.
Fidalgo
impenitente
desova a possuída tença
da altivez
incapaz
de olhar por dentro dos olhos
incapaz
incapaz.
Já não dorme
(assim sonha)
a ceifa sombria em cima dos dias
os dedos trémulos
a voz cegada
só tosse e escarro
um espelho
afinal
o testamento
ainda
em vida.
Os pesadelos:
os de outrora
antes do sangue envenenado
pelo medo
eram os sonhos melhores.
Agora
a prescrição
prova dos factos
a corrosão
sobe ao tabuleiro
ele
só à espera
de ser peça
derrubada
mera folha
apanhada
no sortilégio
de um vento
novo.
O novo
na coroa do velho.
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