Sem a fala amanhecida
os dedos pedem um cicerone
suplicam
a melhor água de mananciais remotos
até que seja audível a carne
até
que se prometam árvores bucólicas
o tempo imoderado nos espelhos arrumados
um poema improvável
as notas escarlate sobre o veludo da pele
até
que se desatem os medos profundos
e tudo o que seja sobressalto
venha no rosto caudaloso
e detestadas sejam
as algemas que amordaçam as vozes
– as vozes que têm tantas falas
em saldo.
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