25.3.11
Labirintos
19.3.11
Torre de Babel
17.3.11
O almirante sem medalhas
19.2.11
Aveludado cinismo
Águas agitadas
8.2.11
Olhos nocturnos
30.1.11
Teoria do caos
23.1.11
Cannes
22.1.11
Madrugada
9.1.11
Uma pulsão
4.1.11
Mesa do lado
29.12.10
Decantação
28.12.10
Esporádicos (3)
20.12.10
Matéria incandescente
19.12.10
Torre de vigia
16.12.10
Esporádicos (2)
14.12.10
Esporádicos (1)
(E cacareja)
11.12.10
Efémero silêncio
9.12.10
5.12.10
Espelho do tamanho do mundo
2.12.10
Escombros de uma gargalhada
só para seres sua antítese.
27.11.10
Os contrafortes da impossibilidade
25.11.10
Da harmonia
14.11.10
Ósculo
13.11.10
Life ever since
10.11.10
Mar de fundo
No cais
For someone’s teardrops
7.11.10
12.5.08
Olhos fechados, uma fortaleza
no dealbar da escuridão
onde se joga toda a confiança.
repousam os olhos
resguardam-se em seu colo de ternura:
um ombro, seu ancoradouro gentil.
Não queria
tecer a luz que irrompe na alvorada;
não queria
destruir a escuridão onde tudo se esconde
sobretudo o que não merece atenção dos olhos.
Queria ter assim,
toda a noite,
o ombro protector
contra as investidas de todos os demónios.
Por os demónios possuídos de malvadez
adejarem na luz do dia
vindos de esconsos promontórios
onde vigiam os desassossegados espíritos,
as vítimas que se seguem.
Ao menos no remanso da escuridão nocturna
cegam-se, os demónios.
Só então deixam de ser inevitáveis
só então
exangues da força sobre-humana.
Aos olhos cerrados pela espessa camada da noite
vem o refúgio.
O refúgio
das conturbadas ondas do dia
as que semeiam a desordem e o medo
e apagam vestígios de bondade.
Os olhos fechados num sono iludido
o tear onde ondeiam plácidas águas
lá que a maresia tranquila povoa o sossego,
o tão breu sossego.
À noite dormem os demónios
no seu contrário de morcegos noctívagos.
Os segredos da serrania intensa
nos seus contrafortes escondidos do luar.
Os olhos vagueiam nas ondas circulantes
ciciam o seu esplendor
imersos na profundidade de sonhos cheios de cores.
As cores
que só a imersão num banho de trevas
revela.
Os olhos permanecem belos
de uma serenidade tão estranhamente bela.
Pelos olhos assim cerrados
repousados no meu ombro
as ameias mais altas da confiança:
todo um mapa que tacteio